Prefeitura de São Paulo informou nesta quarta-feira (23) que suspendeu o
rodízio municipal de veículos nesta quinta-feira (24) por causa da
paralisação do caminhoneiros pelo país, que afeta o abastecimento de
combustível para o sistema municipal de transporte.
Em nota, a administração municipal afirmou que cerca de 40% da frota de ônibus da cidade não deve circular nesta quinta-feira.
Ainda de acordo com a prefeitura, a "Secretaria Municipal de Mobilidade
e Transportes determinou que a SPTrans e a CET reforcem as equipes de
rua para orientar os passageiros e motoristas sobre as mudanças."
A frota de coleta de lixo na cidade não foi afetada, mas pode sofrer reflexos a partir da sexta-feira caso a greve permaneça.
No texto da nota, a Prefeitura diz que lamenta os transtornos causados à
população e ressalta que nenhuma manifestação, por mais justa que seja,
pode afetar o direito de ir e vir das pessoas. A administração
municipal vai solicitar à Justiça que determine a suspensão dos
bloqueios aos centros de distribuição de combustível.
As empresas mais afetadas são as seguintes:
Zona Norte
- Norte Buss (atende Cachoeirinha/Pirituba/Perus/Morro Doce)
Zona Leste (atendem São Miguel Pta/Cidade AE Carvalho/Ponte Rasa/Cidade Patriarca/Guaianases)
- Qualibus
- Transunião
- Express
- Pêssego
- Via Sul
- Imperial
Zona Sul (atendem Varginha/Grajau/Parelheiros)
- A2
- Gatusa
- Transkuba
- Transwolff
Zona Oeste (Atende Morumbi/Butantã)
- Alfa Rodobus
O sindicato que representa as empresas de ônibus de São Paulo diz que a
maioria das companhias têm apenas combustível suficiente para rodar
nesta quinta-feira (24). A paralisação dos caminhoneiros, que protestam
contra a alta do preço do óleo diesel, prejudica a chegada de
combustível nas distribuidoras e nas garagens dos ônibus.
Segundo o SPUrbanuss, das 14 empresas concessionárias associadas, oito
estão com reservas de diesel suficientes para uma operação parcial nesta
quinta-feira. As outras seis empresas informaram que o óleo diesel em
estoque é suficiente para manter a operação da frota até esta
sexta-feira.
As empresas se reuniram com representantes da Prefeitura de São Paulo
para buscar alternativas, como o reforço da segurança para os caminhões
que levam combustíveis até as garagens.
Para esta quinta-feira, os ônibus que fazem viagens mais curtas e que
costumam finalizar o dia com alguma reserva vão rodar com combustível
extra. Os veículos que fazem longas distâncias vão rodar com o tanque
cheio. A previsão do sindicato é que se o abastecimento não for
normalizado, na sexta-feira muitas empresas não conseguirão colocar a
frota de ônibus nas ruas.
Segurança
Em nota, a SPTrans disse que está reunida desde o início da manhã desta
quarta-feira com as autoridades do setor de segurança para garantir a
continuidade do abastecimento de combustíveis das empresas de ônibus da
cidade.
A Secretaria de Segurança Pública diz em nota: "a Polícia Militar
informa que adotou as medidas necessárias para liberação dos caminhões
de combustíveis que irão abastecer os ônibus utilizados nos transportes
públicos do Estado de São Paulo".
A Metra, empresa que administra o corredor ABD, diz que a operação está
normal, por enquanto, "mas o armazenamento de combustível não é
suficiente para uma semana". "A empresa analisa alternativas, mas
entende que será difícil encontrar um fornecedor ou mesmo um outro
operador que possua armazenamento suficiente, pois o volume de veículos é
muito grande", diz a Metra.
Em nota, a EMTU disse que "devido à greve dos caminhoneiros autônomos
nos últimos dias as empresas de ônibus metropolitanos estão enfrentando
problemas de abastecimento da frota nas regiões de São Paulo, Baixada
Santista, Campinas, Vale do Paraíba/Litoral Norte e Sorocaba. A EMTU/SP
orientou as concessionárias e permissionárias a priorizar a operação nos
horários de pico e nas linhas onde há maior número de passageiros
transportados."