Após a segunda reunião de avaliação da crise do abastecimento no Palácio do Planalto com o presidente Michel Temer, o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, e o general Sérgio Etchegoyen, Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência do Brasil, fizeram uma avaliação do movimento.
A Polícia Federal abriu 37 inquéritos em 25 estados para investigar se houve apoio de empresas de transporte à paralisação dos caminhoneiros, o chamado locaute, o que é ilegal e punível com prisão e multa. Segundo Jungmann, já podem ter ocorrido prisões.
"Temos comprovado seguramente que essa paralisação, em parte teve, desde o início, a promoção e o apoio criminoso de proprietários, patrões de empresas transportadoras que podem ter certeza, irão pagar por isso", disse.
O general Etchegoyen esclareceu que a crise caminha para a normalização, mas os dados apresentados por Jungman posteriormente demonstram que, apesar do avanço, pouco menos de 50% dos bloqueios foram liberados. Ao todo, 566 vias seguem com interdições parciais, enquanto 524 foram liberadas por todo o Brasil. São Paulo é o estado com maior número de bloqueios liberados, com 97%.
Durante a coletiva, Etchegoyen disse que não há data prevista para a normalização da situação. Segundo os ministros, a prioridade do governo é retomar a circulação de veículos para garantir o transporte de insumos para a saúde. Ainda de acordo com eles, o Sistema Nacional de Transplantes foi afetado, com a perda de órgãos por falta de transporte para pacientes.
Outra prioridade do Governo é liberar as vias que chegam a aeroportos, já que as termoelétricas também estão com situação próxima do funcionamento normal.
Os ministros também confirmaram que as Forças Armadas estão disponibilizadas para requisitar veículos de carga para transporte de materiais essenciais, no esforço de reestabelecer a normalização do abastecimento, como divulgado mais cedo.
Multas
Jungmann informou que desde o início da paralisação de caminhoneiros, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) emitiu 400 autos de infração, com multas que somam R$ 2,03 milhões, correspondente a infrações de trânsito.
Conforme ele, tem sido aplicadas as multas de R$ 100 mil por hora contra entidades ou empresas que estejam promovendo interdições de estradas pelo país, conforme estipulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Fonte/pesquisa: https://noticias.r7.com/brasil/governo-diz-caminhar-para-normalizacao-apesar-de-bloqueios-27052018