desabastecimento de combustível por conta do protesto dos caminhoneiros contra o aumento do preço do diesel
provocou o cancelamento de voos no Aeroporto Internacional do
Recife-Guararapes / Gilberto Freyre e a suspensão da produção do Polo
Automotivo Jeep, em Goiana, na Região Metropolitana. O 4º dia da greve
dos caminhoneiros também diminuiu a circulação de ônibus no Grande Recife, aumentou os preços de alimentos
no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), na
capital, e resultou no fechamento de postos por falta de combustível.
No Recife, dez voos da Azul Linhas Aéreas foram cancelados nesta quinta
(24). Cinco deles decolariam do Aeroporto com destino a Fernando de
Noronha (voo número AD2700), Natal (AD2502), Juazeiro do Norte (AD2930),
Campina Grande (AD6980) e Goiânia (AD4321). Houve também cancelamento
dos voos que pousariam na capital pernambucana oriundos de Fernando de
Noronha (AD2701), de Natal (AD5135), Juazeiro do Norte (AD2931), Campina
Grande (AD6981) e Belém (AD2718).
Por meio de nota, a companhia aérea informou que oferece a remarcação
de bilhetes sem custo para clientes com voos programados até 31 de maio e
que desejem optar por datas alternativas à sua programação. As
remarcações podem ser feitas através da central de atendimento, nos
números 4003-1118 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800-887-1118
(demais localidades).
Também por conta da mobilização nacional dos caminhoneiros, o Polo
Automotivo Jeep suspendeu a produção a partir desta quinta (24). É a
primeira vez que a fábrica, inaugurada em abril de 2015, tem a produção
suspensa. No local, são produzidos três modelos de veículo: Renegade,
Toro e Compass.
Por meio de nota, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) informou que a
suspensão da produção ocorreu “devido à irregularidade dos fluxos
logísticos decorrentes do bloqueio de parte da malha rodoviária local”.
No texto, a empresa também afirmou que “permanece avaliando a evolução
da situação”.
Decisão liminar
A Justiça determinou, nesta quinta (24), que caminhoneiros suspendam o
protesto que obstrui a avenida de acesso ao Porto de Suape, em Ipojuca,
no Grande Recife. A decisão liminar foi assinada pela juíza Nahiane
Ramalho de Mattos, que acatou uma ação do Sindicato das Empresas de
Transporte Rodoviário de Passageiros de Pernambuco.
Caso os caminhoneiros não acatem a decisão, a categoria estaria sujeita
a uma multa de R$ 100 mil, segundo a juíza. Ela também autorizou o uso
da força para a retirada dos motoristas e a remoção dos veículos, assim
como o uso de ligação direta dos veículos e reboque para o acostamento
ou para estacionamento público ou privado às custas do proprietário ou
responsável pelo veículo.
Segundo a decisão judicial, quem se negar a deixar a rodovia de acesso a
Suape deve ser levado para a delegacia, para lavrar boletim de
ocorrência pelo crime de desobediência ou outro delito. Na
justificativa, a juíza afirmou que os condutores de transporte de
passageiros estão impedidos de exercer suas atividades e utilizar as
vias públicas.
De acordo com a magistrada, o protesto tem comprometido a segurança dos
cidadãos, com inúmeros prejuízos, a exemplo de limitação da circulação
de pessoas e bens, de desabastecimento de combustível e bens de consumo,
de caos no trânsito e na aviação.
Botijões de gás
Todas os botijões de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de
cozinha, que atendem o estado estão no Porto de Suape, no Grande Recife,
impedidas de serem distribuídas e em 100% de sua capacidade de
armazenagem. Nenhum produto foi retirado do porto desde a segunda-feira
(21), segundo o porto. Segundo a presidente do Sindicato dos
Revendedores de GLP de Pernambuco, Francine Gulde, o desabastecimento
chegou a impactar as revendedoras no estado.
"Todas as 1.600 revendedoras de botijões de gás domiciliar, a nível
estadual, estão sem abastecimento desde a segunda-feira. A maioria está
sem estoque, porque ninguém pode entrar em Suape para retirar", disse
Francine.