A Associação Brasileira dos Caminhoneiros divulgou um comunicado nesta
sexta-feira (25) no qual pediu que a categoria desbloqueie as estradas.
O comunicado foi divulgado após o presidente Michel Temer acionar as Forças Armadas para liberar as vias bloqueadas.
Segundo o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, os militares atuarão de maneira "enérgica" para desobstruir as rodovias.
"Após o pronunciamento do presidente da República, Michel Temer, no
início da tarde desta sexta-feira, 25, a Associação Brasileira dos
Caminhoneiros – Abcam, preocupada com a segurança dos caminhoneiros
envolvidos, vem publicamente pedir que retirem as interdições nas
rodovias, mas, mantendo as manifestações de forma pacífica, sem
obstrução das vias", diz o comunicado da associação.
Em outro trecho, a entidade afirma:
"É lamentável saber que mesmo após tanto atraso, o presidente da República preferiu ameaçar os caminhoneiros por meio do uso das forças de segurança ao invés de atender às necessidades da categoria."
A Abcam diz representar cerca de 650 mil caminhoneiros e não assinou, nesta quinta (24), a proposta de acordo apresentada pelo governo.
Outras entidades
As categorias que representam os caminhoneiros não têm uma posição
única. Em um vídeo divulgado no Facebook, o presidente da Confederação
Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, disse que a
mobilização continua.
Ele ainda negou que as entidades tenham fechado acordo para encerrar a
greve, conforme foi divulgado no pronunciando do presidente da
República, Michel Temer. "As lideranças que estiveram presentes na
reunião de ontem (24/05) não se comprometeram em encerrar imediatamente
as paralisações, mas sim em levar as propostas do governo para os
caminhoneiros decidirem sobre os rumos dos protestos", afirmou, em
comunicado.
Em entrevista ao G1,
o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo,
o China, disse que a mobilização continua até que o governo resolva o
problema da alta do diesel.
"Enquanto não resolver o problema do diesel, a categoria não vai trabalhar," afirmou.
Ele lamentou a decisão do governo de usar as Forças Armadas contra os
caminhoneiros e negou que eles estejam bloqueando as estradas. "Não tem
bloqueio de estrada. Eles estão parados em acostamentos ou em postos nas
rodovias. Podem até tirar eles de um lugar que eles vão parar em
outro", afirmou.
O líder da Unicam não assinou o acordo com o governo na quinta-feira.
"Não vou assinar promessas. Os caminhoneiros querem uma solução e o
governo teve cinco dias para discutir", disse.
Greve dos caminhoneiros
A greve dos caminhoneiros chegou ao 5º dia nesta sexta-feira. A categoria protesta contra o aumento no preço do óleo diesel.
Diante da paralisação, falta gasolina nos postos, diversos produtos não estão chegando nos supermercados e aeroportos estão sem querosene, por exemplo.
A Petrobras já anunciou que não mudará a política de reajuste nos preços dos combustíveis, mas reduziu em 10% o diesel nas refinarias, por 15 dias.
A proposta do governo para os caminhoneiros é manter a redução até o
fim do ano e reajustar os preços com periodicidade mínima de 30 dias.
Essa medida custará R$ 4,9 bilhões à União neste ano.